Title: Canções
Author: António Tomás Boto
Commentator: Jayme de Balsemão
Release date: September 19, 2007 [eBook #22679]
Most recently updated: November 11, 2007
Language: Portuguese
Original publication: Lisboa: Imprensa Libanio da Silva, 1921
Credits: Produced by Vasco Salgado
Produced by Vasco Salgado
TROVAS
CANTIGAS DE SAUDADE
CANTARES—com illustrações de Antonio Carneiro
e musicas de Nicolau d'Albuquerque.
CANÇÕES
Todos os exemplares são rubricados pelo auctor
+O homem será sempre o mortal enigma; a sombra das sombras.+
CANÇÕES! Canções á vida, não lamentos aos destinos. Canções á Fórma que é linda, portanto, canções a Deus. É assim que António Botto canta o homem, o qual vencido pende para a terra sob o peso dos sentidos; o homem escravo, o rei do Universo. Canta a humanidade e as coisas terranas para lhes louvar a existencia involuntaria; canta a humanidade como elle sabe que ella é e não como elle desejaria que ella fosse. É esta a mais suave das philosophias, é esta toda a sua philosophia, creando na matéria uma arte deslumbrante de liturgias, dando a essa matéria toda uma origem divina. Se é n'ella que germina a fórma, a côr, o som, olhar attento é rezar em silencio. António Botto louva e não maldiz, porque atravessa a existencia para comprehender. E, louvando, segue a eminencia do pensar helleno, a grande harmonia dos dois mais nobres principios;—a arte e o critério; porque medital-os é liar n'um quietismo magnanimo as dolorosas imagens das nossas vidas. Canções d'antigo requinte, canções de quente Sul. Canções á mórna volúpia que adormece a louca angustia da razão. Canções de renascença, pelo sabôr da verdade e pela technica da maneira; canções onde a mudez não é uma crueza hostil, mas um designio de sabedorias, como nos dias gloriosos de Cyrena, das frautas encantadas, d'Eleusus… Canções, ao amôr,—o triste desatino; ao mar gemendo lascivas, ás sombras acolhedoras, ao cheiro acre das terras. Canções ao bello vinho amigo, que afasta os corpos famintos, e, a sós, sem conivencias, não pedindo e não carpindo,—sem comico e sem tragedia—canta a vida que sorri e olha os tempos sem mêdo. Canções cheias de sombra e cheias d'intenção_; canções de belleza porque são humanas e porque são raras. Humanas, dizendo a febre de todo o goso, a luxuria que conquista, toda a posse que tortura; raras pela forma, pelo conceito, pelo sentir. Cantando a imperfeição o poeta canta a vida.
Doando assim por essa gentil alchimia, a mais excellente das sciencias com a mais illustre das artes, o poeta das_ Canções_, prefere, ao repouso feliz do muito desprezar, o soffrimento constante do muito amar. A vida seria melhor se n'ella não existissem coisas tão bellas! É a Fórma que o enleva, essa fórma que o tempo absorve e devora com a vida dos artistas, porque a arte a ilumina. Essa fórma onde, por vezes, palpita um desejo decadente de perfeições alládas e que são a decadencia d'estas canções sentidas. Porque decadencia é como um tédio cheio de revolta motivado pela tortura da belleza para renascer no requinte da esthetica; maneira de protesto genial presidindo a todos os resurgimentos nas Artes. É a Grecia douta e augusta, que renasce nos versos de_ António Botto_, como em todas as renascenças; renasce n'uma visão de fumo lento, erguendo-se das áras votivas ao dominio dos Deuses humanos, a esse Hades lumbroso de murtas, divino de comprehensões, a essa mansão da Intelligencia, dirigindo as cellebrações nas vestalias como a humanidade nos peitos._
+. . . . . . . . . . . . . . . . O homem cede ao desejo como a nuvem cede ao vento.+
E António Botto _louva esse desejo regendo as acções do homem, porque o homem d'elle nasceu. O amôr cantado assim, não é o opprobrio que avilta, mas o culto que ennobrece. Cantar a humanidade para a tornar mais bella!… Como os egypcios cadenciando-lhe o gesto nas danças, como os gregos cultivando-lhe a graça dos gymnasios, como os romanos nos libames a Jupiter. N'estas canções, o amôr, o vinho, os festins das carnes amorosas, as penumbras languidas são narcoticos preciosos onde o poeta afoga as dôres do pensamento. É Venus, Éros ou Aphrodite; é o Amôr Universal que, despreza a fome, a sêde, a fadiga, para lançar no mesmo tropel os sexos, as castas e as intelligencias, o amôr que tenta adormecer, com o seu macabro e com o seu grotêsco nos braços tolhidos da Noção; o amôr, Grande e Unico como o Sól, embora disperso em muitas laminas doiradas;—o amôr que ergue n'estas canções o seu grito immortal; óra varonil investindo na exaltação da conquista, óra femenil abandonando-se na ancia da dádiva; palpitando nos peitos viris, vencendo nos seios amorosos. É o amôr profano, profano como todos os amôres humanos, os mais divinos ou os mais terrênos. É tudo que se arrasta, tudo que se lamenta em redor do homem, supplicando um immensa simpathia para a grande e inalteravel Animalidade, a qual é como um vasto campo, onde homens, insectos, e gados, se agitam, entre a poderosa serenidade das formas vegetaes, sob a mesma claridade fecundante, sob a mesma armadura de velho oiro que os une e assimilla.
A inspiração do poeta é nobre e ousada, porque é dirigida pelo carinho tutelar da belleza e da humanidade. Elle faz da sonoridade das palavras a escolha mais rythmica, mas quando essa phonetica obedeça doutamente á minucia exigente do seu espirito raro d'estylista alexandrino, ornado, expandido nas bellas lettras. A sua Arte é toda harmoniosa d'ironia; d'essa ironia, d'essa deidade antiga forçando a intelligencia a perdoar aos homens a sua presença ruidosa e feroz, para a posse da mais gentil das coragens:—sorrir! Então_ António Botto não faz da eterna ignorancia uma tortura, mas uma suave piedade. Dentro do mysterio Universal:—do seio que sente e concebe, da semente que germina e emsombra, nada será espantoso, nada será extranho. As combinações abstractas o poeta cede as combinações sensiveis; a emoção pura, a sensibilidade consciente, a toada muzical e branda. A sua tranquilla acceitação dos dilêmas ímmutaveis pairando na vida, a sua comprehensão logica, a sua natural intuíção, animam-nos d'um prazer juvenil ao fallar do Artista e das suas Canções_. Cantam ellas a tréva do saber mesquinho dos homens, a illusão d'onde nascem as angustias para a posse das venturas, a amizade nos peitos como desenhos pueris na superficie das aguas. Cantam dôces crepusculos, onde o Ideal, na solidão e na morte, é sempre perfeito porque fóge como os Sóes. São canções onde a angustia é uma elegia de condescendencias. O homem nascendo para acreditar e para servir, o seu fanatismo vibra não das verdades mais demonstradas, mas, das illusões mais bellas. Essa illusão é a Arte, essa Arte uma dôce ironia de confôrto bello. E o homem vae sempre imaginando e soffrendo. Entre Platão e Phidias, Lucrecio e Virgilio, os Medicis e Miguel-Angelo, Luiz XIV e Racine, Goethe e Beethoven, existe a mesma comunhão de luminosidade divina, onde Jesus e São Francisco d'Assis, passam amenamente, para fazer reinar no coração dos homens uma esperança sem fim e um encantamento sem verdade. Cantar a bondade ou a belleza humana, é reconsiliar a humanidade com a sua impudicia e o seu egoismo.—Impudicia e egoismo, perduraveis razões de todo o sêr humano! É por essa orchestração sublime que o tédio cede á vida uma moráda d'eleição, uma resignação consiliante a salutar. É assim pois, colhendo d'um clamôr pavoroso, uma symphonia unisona, vestindo com uma preciosa ironia os penosos fatalismos das realidades, e excellando na dificil maneira de ser simples, que_ António Botto entôa primorosamente, entre sêdas e vinhos, a negra historia dos mortaes:—O AMÔR E A DOR.
A noite
Suavemente descia;
E eu nos teus braços deitádo
Até sonhei que morria.
E via
Goivos e cravos aos mólhos;
Um Christo crucificado;
Nos teus olhos,
Suavidade e frieza;
Damasco rôxo, cinzento,
Rendas, velludos puídos,
Perfumes caros entornados,
Rumôr de vento em surdina,
Insenso, rézas, brocados;
Penumbra, sinos dobrando;
Vellas ardendo;
Guitarras, soluços, pragas,
E eu… devagar morrendo.
O teu rosto moreninho,
Eu achei-o mais formoso,
Mas, sem lagrimas, enxuto;
E o teu corpo delgado,
O teu corpo gracioso,
Estava todo coberto de lucto.
Depois, anciosamente,
Procurei a tua boca,
A tua boca sadía;
Beijámo-nos doidamente…
—Era dia!
E os nossos corpos unidos,
Como corpos sem sentidos,
No chão rolaram… e assim ficaram!…
Por uma noite de outomno
Lá n'essa nave sombría,
Hei-de contigo deitar-me,
Mulher branca e muda e fria!
Hei-de possuir na morte
O teu corpo de marfim,
Mulher que nunca me olhaste,
Que nunca pensaste em mim…
E quando, no fim do mundo,
A trombêta, além, se ouvir,
Apertar-te-hei mais ainda,
—Não te deixarei partir!
A tua boca formosa
Será sempre dos meus beijos;
E o teu corpo a minha patria,
A patria dos meus desejos.
Andáva a lua nos céus
Com o seu bando de estrellas.
Na minha alcova,
Ardiam vellas,
Em candelabros de bronze.
Pelo chão, em desalinho,
Os velludos pareciam
Ondas de sangue e ondas de vinho.
Elle olhava-me scismado;
E eu,
Placidamente, fumava,
Vendo a lua branca e núa
Que pelos céus caminhava.
Aproximou-se; e em delirio
Procurou ávidamente,
E ávidamente beijou
A minha boca de cravo
Que a beijar se recusou.
Arrastou-me para Elle,
E, encostado ao meu hombro,
Fallou-me d'um pagem loiro
Que morrêra de Saudade,
Á beira-mar, a cantar…
Olhei o céu!
Agora, a lua, fugia,
Entre nuvens que tornavam
A linda noite sombría.
Déram-se as bocas n'um beijo,
—Um beijo nervoso e lento…
O homem cede ao desejo
Como a nuvem cede ao vento.
Vinha longe a madrugada.
Por fim,
Largando esse corpo
Que adormecêra cansado
E que eu beijára loucamente
Sem sentir,
Bebia vinho, perdidamente,
Bebia vinho… até cahir.
Bemdito sejas,
Meu verdadeiro conforto
E meu verdadeiro amigo!
Quando a sombra, quando a noite
Dos altos céus vem descendo,
A minha dôr,
Estremecendo, acórda…
A minha dôr é um leão
Que lentamente mordendo
Me devora o coração.
Canto e chóro amargamente;
Mas a dôr, indiferente,
Continúa…
Então,
Febríl, quase louco,
Corro a ti, vinho louvado!
—E a minha dôr adormece,
E o leão é socegado.
Quanto mais bêbo mais dórme:
Vinho adorado,
O teu poder é enorme!
E eu vos digo, almas em chaga,
Ó almas tristes sangrando:
Andarei sempre
Em constante bebedeira!
Grande vida!
—Ter o vinho por amante
E a morte por companheira!
Foi n'uma tarde de Julho.
Conversávamos a mêdo,
—Receios de trahir
Um tristissimo segrêdo.
Sim, duvidávamos ambos:
Elle não sabia bem
Que o amava loucamente
Como nunca amei ninguem.
E eu não acreditava
Que era por mim que o seu olhar
De lagrimas se toldava…
Mas, a duvida perdeu-se;
Fallou alto o coração!
—E as nossas taças
Foram erguidas
Com infinita perturbação!
Os nossos braços
Formaram laços.
E, aos beijos, ébrios, tombámos;
—Cheios d'amôr e de vinho!
(Uma suplica soáva:)
«Agora… morre commigo,
Meu amôr, meu amôr… devagarinho!…»
Quanto, quanto me queres?—perguntaste
Olhando para mim mas distrahida;
E quando nos meus olhos te encontraste,
Eu vi nos teus a luz da minha vida.
Nas tuas mãos, as minhas, apertaste.
Olhando para mim como vencida,
«…quanto, quanto…»—de novo murmuraste
E a tua boca deu-se-me rendida!
Os nossos beijos longos e anciosos,
Trocavam-se frementes!—Ah! ninguem
Sabe beijar melhor que os amorosos!
Quanto te quero?!—Eu posso lá dizer!…
—Um grande amôr só se avalia bem
Depois de se perder.
Anda, vem… ¿por que te négas,
Carne morêna, toda perfume?
¿Por que te cálas,
Por que esmoreces
Boca vermêlha,-rosa de lume!
Se a luz do dia
Te cóbre de pêjo,
Esperemos a noite presos n'um beijo.
Dá-me o infinito goso
De contigo adormecer,
Devagarinho, sentindo
O arôma e o calôr
Da tua carne,-meu amôr!
E ouve, mancebo aládo,
Não entristeças, não penses,
—Sê contente,
Porque nem todo o prazer
Tem peccado…
Anda, vem… dá-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos;
Tenho Saudades da vida!
Tenho sêde dos teus beijos!
Se me deixares, eu digo
O contrario a toda a gente;
E, n'este mundo de enganos,
Falla verdade quem mente.
Tu dizes que a minha boca
Já não acorda desejos,
Já não aquece outra boca,
Já não merece os teus beijos;
Mas, tem cuidado commigo,
Não procures ser ausente:
—Se me deixares, eu digo
O contrario a toda a gente.
Ouve, meu anjo:
¿Se eu beijásse a tua pél?
¿Se eu beijásse a tua boca
Onde a saliva é um mél?…
Quiz afastar-se mostrando
Um sorriso desdenhoso;
Mas ai!
—A carne do assassino
É como a do virtuoso.
N'uma attitude elegante,
Mysteriosa, gentil,
Deu-me o seu corpo doirado
Que eu beijei quase febríl.
Na vidraça da janella,
A chuva, léve, tinia…
Elle apertou-me, cerrando
Os olhos para sonhar…
E eu, lentamente, morria
Como um perfume no ar!
Quem é que abraça o meu corpo
Na penumbra do meu leito?
Quem é que beija o meu rosto,
Quem é que morde o meu peito?
Quem é que falla da morte,
Docemente, ao meu ouvido?
És tu, Senhor dos meus olhos,
E sempre no meu sentido.
Tenho a certeza
De que entre nós tudo acabou.
Deixal-o!
Bemdita seja a tristesa!
—Não ha bem que sempre dure
E o meu bem pouco durou.
Não levantes os teus braços,
Para de novo cingir
A minha carne de seda;
—Vou deixar-te… vou partir.
E se um dia te lembrares,
Dos meus olhos côr de bronze
E do meu corpo franzino,
Acalma
A tua sensualidade,
Bebendo vinho e cantando
Os versos que te mandei
N'aquella tarde cinzenta…
Adeus!
Quem fica soffre bem sei;
Mas soffre mais quem se ausenta!…
Tu mandaste-me dizer
Que tornavas novamente
Quando viesse a tardinha;
E eu, para mais te prender,
—N'esse dia…
Pintei de negro os meus olhos
E de rôxo a minha boca.
As rosas eram aos mólhos
Para a noite rubra e louca!
Entornei sobre o meu corpo,
—Que fôra delgado e bello!
O perfume mais extranho e mais subtil;
E um brocado rôxo e verde
Envolveu a minha carne
Macerada e varonil.
Os meus hombros florentinos,
Cobértos de pedraria,
Eram chagas luminosas
Alumiando o meu corpo
Todo em fébre e nostalgia.
Nas minhas mãos de cambraia,
As esmeraldas scintillavam;
E as pérolas nos meus braços,
Murmuravam…
Desmanchado, o meu cabello,
Em ondas largas, cahia,
Na minha fronte
Ligeiramente sombría.
Estava pallido e dir-se-hia
Que a pallidez aumentava
A minha grande belleza!
Na minha boca ondulava
Um sorriso de tristeza.
A noite vinha tombando.
E, como tardasses,
Fiquei-me, sentádo, olhando
O meu vulto reflectido
No espelho de crystal;
E afinal,
Nem frescura, nem belleza,
No meu rôsto descobri!
—Ó morte, não me procures!
E tu, meu amôr, não venhas!…
—Eu já morri.
Já na minha alma se apagam
As alegrias que eu tive;
Só quem ama tem tristezas,
Mas quem não ama não vive.
Andam pétalas e fôlhas
Bailando no ár sombrío;
E as lágrimas, dos meus olhos,
Vão correndo ao desafio.
Em tudo vejo Saudades!
A terra parece mórta.
—Ó vento que tudo lévas,
Não venhas á minha pórta!
E as minhas rosas vermelhas,
As rosas, no meu jardim,
Parecem, assim cahidas,
Restos de um grande festim!
Meu coração desgraçado,
Bebe ainda mais licôr!
—Que importa morrer amando,
Que importa morrer d'amôr!
E vem ouvir bem-amado
Senhor que eu nunca mais vi:
—Morro mas levo commigo
Alguma cousa de ti.
A vossa carta commove,
Mas, não vos posso acompanhar.
Deixae-me viver em penas;
—Vou soffrendo e vou sorrindo,
O meu destino é chorar!
Sim, é certo;—quem eu amo
Zomba e ri do meu amôr…
—Que hei-de eu fazer?—Resignar-me,
Gentillissimo Senhor!
Depois, quanto mais sabemos,
Parece que mais erramos:
—Antes soffrer os males que nos cercam
Do que ir em busca de outros que ignoramos.
De Saudades vou morrendo
E na morte vou pensando:
Meu amôr, por que partiste,
Sem me dizer até quando?
Na minha boca tão linda,
Ó alegrias cantae!
Mas, quem se lembra d'um louco?
—Enchei-vos d'agua, meus olhos,
Enchei-vos d'agua, chorae!
Eu hontem passei o dia
Ouvindo o que o mar dizia.
Chorámos, rimos, cantámos.
Fallou-me do seu destino,
Do seu fado…
Depois, para se alegrar,
Ergueu-se, e bailando, e rindo,
Poz-se a cantar
Um canto molhádo e lindo.
O seu halito perfuma,
E o seu perfume faz mal!
Deserto de aguas sem fim.
Ó sepultura da minha raça
Quando me guardas a mim?…
Elle afastou-se calado;
Eu afastei-me mais triste,
Mais doente, mais cansado…
Ao longe o Sol na agonia
De rôxo as aguas tingia.
«Voz do mar, mysteriosa;
Voz do amôr e da verdade!
—Ó voz moribunda e dôce
Da minha grande Saudade!
Voz amarga de quem fica,
Trémula voz de quem parte…»
. . . . . . . . . . . . . . . .
E os poetas a cantar
São echos da voz do mar!
Este livro foi composto e impresso durante o mez de Fevereiro do anno de mil novecentos e vinte e um na Imprensa Libanio da Silva, em Lisbôa.